O CARNAVAL QUE CONHEÇO
- Jorge Amorim
- 25 de ago.
- 1 min de leitura
Meu carnaval não apregoa
Ter milhões de pessoas. Tem
Bom naipe de metais - mais
Um bando a pular atrás
Do meu carnaval o símbolo
Não é cria de galinheiro
É dragão vindo do Oriente
Para festejos mui quentes
Meu carnaval tem ladeiras
Ruas estreitas, becos sujos
Passa também por igrejas
Com uivos e pés de turbas
Meu carnaval tem camadas
De cores em roupas curtas
Tem coral a pedir: "água
Que passarinho não usa"
Nas suas mais belas canções
Presta-se tributo a blocos
E foliões - versos de festa
Nos sons da cidade velha
No meu carnaval os músicos
(E passistas) não cultuam
Mandarins dos dias comuns
Só mandarins da folia
Mas o que há de autêntico
No carnaval que conheço
Sofre a corrosão do tempo
(Até quando será o mesmo?)
Terá maior peso na farra
O fascínio dos folguedos
Ou a caça aos patrocínios?
O carnaval será o mesmo?

Comentários