ÓCIO E (CRI)AÇÃO
- Jorge Amorim
- 7 de ago.
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Tal qual em tempo de oração
Degusto minha tranquilidade
Que para os outros é preguiça
A brisa no rosto. O rumor
De folhas. A lassidão dos membros...
Outros são os pecados na vida
Assim digo porque a preguiça
Não possui o barro das maldades
E pode ser fruto do cansaço
Um fruto quase divinizado
A explicar a inércia de Deus
Depois daqueles dias da Criação
Inércia que só reforçaria
A suposta semelhança entre
A criatura e o Ente Criador
A persistir nessa ideia, diga-se:
Se alguma semelhança há
Mais visível será na preguiça
Daí vem a minha tranquilidade
E posso celebrar sem remorso
O ócio - como ideia e opção
O ócio - a reverenciar criações

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